Lagers
As Lagers são as cervejas mais consumidas no Mundo. Originárias da Europa Central no século 14, são cervejas de baixa fermentação ou fermentação a frio (de 6 a 12ºC), com graduação alcoólica geralmente entre 4% e 5%. Tem entre seus tipos mais conhecidos a Pilsener, tipo de cerveja originariamente criada no século 19 na cidade de Pilsen, região da Boémia da República Checa, e que por isso muitas vezes é chamada de Pilsen ou Pils ao invés de Pilsener.
Os subtipos de Lager estão a seguir:
PALE LAGERS: Lagers claras, as mais comuns.
- Pils - a Pale Lager original. São caracterizadas por um lúpulo acentuado no aroma e sabor. Também chamadas de Pilsener e Pilsen (2). Podem aparecer em 2 estilos um pouco diferentes, principalmente devido à escola: Bohemian/Czech Pilsner (2B), representada pela Pilsener Urquell e Budweiser Budvar/Czechvar, ambas Checas e meio difíceis de encontrar; German Pilsner , facilmente encontradas nas representantes Bitburger, König Pilsener, Wernesgrüner ou Spaten Pils.
- American lager - cerveja leve e refrescante, feita para matar a sede e para serem bebidas bem geladas. É o tipo das cervejas mais populares dos Estados Unidos (1B), com exemplos como Budweiser, Coors e a australiana Foster's. A maioria das cervejas populares no Brasil, como Brahma, Skol, Kaiser e Antarctica, são American Lagers, mesmo que elas se intitulem no rótulo e descrição no verso como Pilsen, talvez até devido a convenção nacional para a classificação de cervejas.
- Lite- variação ainda mais leve que a American Lager, oferecida muitas vezes sob o nome Light ou Lite.
- Dortmunder Export - variação da Pilsener com menos lúpulo, mais suave, feita em Dortmund em 1873.
- Helles- outra variação com menos lúpulo, mais maltada, feita em Munique. Marcas conhecidas são Löwenbräu Original, Spaten Premium Lager, Weihenstephaner Original e Hofbräu München Original.
- Dry Beer - originária do Japão, tem a maior parte do açúcar convertido em álcool devido ao longo período de fermentação. Por isso e por seu sabor suave é denominada dry.
- Special- um tipo mais forte e encorpado, Fica entre a Helles e a Bock em termos de sabor e força.
- Radler- qualquer Pale Lager misturada com uma limonada típica alemã, chamada de Zitronenlimonade. Geralmente a proporção cerveja/sumo é de 50/50 ou 60/40.
DARK LAGERS: divididas em:
- Münchner Dunkel, Dunkel significa escura em alemão, portanto as cervejas Dunkel são cervejas escuras-avermelhadas, produzidas originalmente em Munique, por isso o nome Münchner. Eram as únicas cervejas da região da Baviera, antes da chegada das tecnologias que tornaram possível a criação de cervejas claras. Possuem sabor maltado.
- American Dark Lager - versão americana da Dunkel alemã, menos maltada e mais suave.
- Schwarzbier- a famosa cerveja preta. Deve ser preta e não somente escura como a Dunkel. A mais antiga da qual se tem documentação é a Köstritzer, de 1534 e feita até hoje. Agora, o tipo é muito comum em todo o Mundo. É uma cerveja suave, com aromas que remetem ao café e ao chocolate. Também é fácil notar a presença de maltes tostados. Não é esperado que apresente qualquer sabor frutado, sendo mais seca. Também não é doce, portanto não se confunde com cervejas do tipo Malzbier.
- Malzbier - cerveja escura e doce, de graduação alcoólica baixa, na faixa dos 3 a 4,5%. Na Alemanha, seu país de origem, nem é tratada como cerveja clássica, mas como bebida energética. Inclusive é classificada normalmente no grupo de "outras cervejas com baixo teor alcoólico", já que a Malzbier original não chegava a 1% de álcool, pois quase não tem fermentação. Trata-se de uma american pale lager na qual, após a filtração, são adicionados caramelo e xarope de açúcar, ai a coloração escura (que não vem do malte tostado) e o sabor adocicado.
BOCK: a palavra Bock é resultado da quebra da palavra EinBeck, cidade natal deste tipo de cerveja. Em alemão também significa cabrito. Por isso algumas cervejas colocam imagens deste animal em cervejas do tipo Bock. Por tradição são avermelhadas, mas podem ser também de cor acastanhada. Possuem um complexo sabor maltado devido às misturas de maltes de Viena e Munique. A graduação alcoólica é alta, indo normalmente de 6% nas Bocks Tradicionais até 10% nas Doppelbock e 14% nas Eisbock, tipos diferentes de Bock. Outras variações de Bock são a Maibock ou Helles Bock, e a Weizen Bock uma Bock escura, a partir de uma Weizen normal, do qual a Erdinger Pikantus é um excelente exemplo, até 7,4% de álcool.
Ales / Alts / Kölsches
O que a difere das Lager é o tipo de fermentação, que é feita em temperaturas mais altas, geralmente entre 15 e 24ºC. É um processo antigo de fabricação, o que fez com que as cervejas do tipo Ale fossem as únicas disponíveis até meados do século XIX, quando foi inventada a baixa fermentação (Lager). Dada essa “antiguidade”, aliada principalmente à fermentação a quente, os sabores complexos, maltados e lupulados das cervejas Ale são incomparavelmente mais perceptíveis, sendo cervejas mais encorpadas e vigorosas. Assim ao longo dos séculos, surgiram inúmeros subtipos de cervejas Ale:
PALES ALES: são as Ales claras, com graduação alcoólica até 6%. Foram criadas para competirem com as cervejas Pilsen durante a Segunda Guerra Mundial, portanto compartilham a característica de serem mais suaves. É um dos maiores grupos de cerveja e possui alguns subtipos ou sub-nomes:
- American Pale Ale - como a Sierra Nevada Pale Ale, designa as americanas mais claras.
- English Pale Ale - também chamada de ENGLISH BITTER, ou apenas BITTER, nome usado na Inglaterra por serem mais amargas que as demais cervejas, como as Porters por exemplo. Podem ser Standard, Especial ou Extra Special Bitter/ESB
- Belgian Pale Ale- as Ales claras belgas
- Belgian Blond Ale- algumas vezes chamadas de Golden Ale também, são as Pale Ales mais douradas e um pouco mais encorpadas.
- Indian Pale Ale - ou somente IPA, como a BrewDog Punk IPA, cerveja carregada em lúpulo, criada pelos ingleses para aumentar o tempo de conservação da cerveja que seria levada para as viagens pela Índia. Variando na intensidade de amargor e percentual de álcool de acordo com o sub-tipo, da menor para maior: English IPA, American IPA e Imperial IPA.
AMBER/BROWN E RED ALE: diferenciando-se em coloração principalmente, mas também acompanhando em corpo e potência, estão algumas outras categorias de estilo:
- American Amber Ale- usado em França e EUA para classificar as Ales um pouco maisescuras.
- American Brown Ale- mais escura e maltada e menos lupulada que suas "irmãs" American Pale e Ambar Ale.
- English Brown Ale - denomina as inglesas mais escuras. Podem ser Mild, Southern ou Northern.
- Red Ale - avermelhada devido ao uso de pouco malte tostado. Também chamada de IRISH RED na Irlanda.
ALTBIER: Altbier, ou simplesmente Alt, proveniente da região de Düsseldorf na Alemanha, seguem o estilo antigo de produção de Ales, antes mesmo do surgimento das Lagers. É muitas vezes considerada uma ligação entre as cervejas Ales e as Lagers. Podem ser Düsseldorf Altbier ou Northern German Altbier.
SAISON: Feitas em Wallonia - Bélgica, chegam a ser comparadas a vinhos tintos devido a fermentação e sabores presentes em comum.
BIÉRE DE GARDE: Cerveja de guarda feita principalmente na França, na região de Pas-De-Calais. Feitas para durarem anos, normalmente têm uma última fermentação na garrafa e muitas vezes são vendidas em garrafas com rolhas.
STRONG ALES: Denominação genérica que inclui uma variada gama de cervejas que podem ser claras ou escuras. Possuem alto teor alcoólico, que vai de 6 e pode chegar a 12%. Podem ser saborosas e equilibradas, “inserindo” harmoniosamente o álcool no conjunto, ou podem ser simplesmente fortes, evidenciando a graduação alcoólica.
Dentro deste subtipo estão as Barley Wines - quase tão fortes como vinho - e também as Old Ale.
BELGIAN STRONG ALES: produzidas principalmente na Bélgica, estas possuem algumas características diferenciadas que as fazem cair em um agrupamento diferenciado.
Os vários tipos seguem abaixo:
- Dubbel - cerveja do tipo Ale na qual o mestre cervejeiro adiciona o dobro da quantidade de malte do que uma cerveja “comum”. Geralmente balanceadas e de teor alcoólico mediano, possuem bom corpo e fermentação alta.
- Tripel - cerveja na qual se adiciona três vezes mais malte do que em uma cerveja “comum”. Possuem, em geral, coloração amarelo-dourado, creme denso e consistente e a gradação alcoólica girará entre 8 a 12%. Aroma e sabor são complexos, macios e com forte presença de frutas o que, às vezes, pode lhe conferir um paladar adocicado. Excelente equilíbrio entre o lúpulo e o fermento utilizado no fabrico.
- Abt/ quadrapel - são cervejas mais escuras e mais ricas, utilizando o quádruplo de malte do que em uma cerveja “comum”. O volume de álcool é sempre forte, muitas vezes ultrapassando os 10%. Entra aqui a famosíssima La Trappe Quadrupel.
- Golden Strong Ale - são as loiras mais fortes e encorpadas, até 10,5% de álcool, com coloração amarelo-dourado e sabor é frutado. Entram neste grupo: Duvel e Delirium Tremens, entre outras.
- Dark Strong Ale- são as Belgian Ales escuras, fortes e encorpadas. Com várias representantes de peso, como Chimay Bleu e Rochefort 8, essa categoria tem cervejas que chegam a 11% de álcool.
SPECIALTY BELGIAN ALE: são as temperadas , só que belgas. Também entram aquelas que, por um motivo ou outro, não se encaixam dentro de nenhuma outra categoria das belgas, portanto caem aqui. Mesmo assim, não se pense que este estilo é pouco conhecido. Aqui está a La Chouffe, a Unibroue Maudite e a McChouffe.
KÖLSCH: do berço alemão de cervejas e de coloração dourada, é normalmente mais doce e com menos lúpulo que as suas irmãs. Em muitas receitas leva vários grãos, inclusive trigo. Pela regra, somente cervejas feitas em Köln (Colonia) poderiam levar esse nome, assim como ocorre com o Champagne.
TRAPPIST: Não são consideradas propriamente um estilo único, pois algumas são Dubbel, Tripel ou Quadrupel. Todavia, dado o fato de algumas cervejas trapenses serem consideradas as melhores do mundo por inúmeros especialistas, merecem ser “separadas” das outras.
A Ordem Trapense (oficialmente, Ordem dos Cistercienses Reformados de Estrita Observância) é uma congregação religiosa católica. Seus monges seguem o princípio fundamental do ora et labora, vivendo em grande austeridade e silêncio. Fazem três votos: pobreza, castidade e obediência. Assim, as cervejas, fabricadas em pequenas quantidades no interior dos mosteiros muitas vezes são difíceis de ser encontradas no mercado, já que os monges não a comercializam com o propósito do lucro, mas apenas para manter o funcionamento da própria abadia e alguns serviços de caridade.
Actualmente, a ITA (International Trappist Association), entidade criada com o propósito de definir as regras do estilo e proteger o nome do uso abusivo por parte de outras marcas, possui como membros apenas sete abadias trapenses, seis na Bélgica (Westvleteren, Chimay, Orval, Achel, Esmalte e Rochefort) e uma na Holanda (Koningshoeven, onde são fabricadas as cervejas La Trappe). A entidade criou, também, um selo de identificação que só pode ser utilizado em produtos trapenses autênticos.
Algumas cervejas trapenses possuem tempo de guarda de mais de 10 anos.
ABBEY (ou cervejas "DE ABADIA"): também não são consideradas um estilo mas, diferentemente das trapenses, as cervejas “de abadia” não possuem origem controlada. Podem ser produzidas em grandes fábricas e comercializadas normalmente, desde que a sua receita original tenha sido originária de uma abadia, a qual pode ou não ser da ordem trapista.
WEISSBIER (Weizenbier, Wheat Beer ou Cerveja de Trigo): produzida principalmente pelas grandes cervejeiras alemãs como a Erdinger, Schneider Weisse e Weihenstephan, é uma cerveja feita a base de trigo e característica do sul da Alemanha, região da Baviera. São cervejas claras e opacas, onde sobressai o trigo com o qual foram produzidas, bem como sabores furtados (banana e maça), cravo e florais. Bastante refrescantes e de graduação alcoólica moderada (entre 5 e 6%), são opacas e normalmente não filtradas. Produzem, em geral, um creme denso e persistente.
- Hefeweizen- de cor amarelada-marrom opaca, pois a levedura não é filtrada. Erdinger Hefeweizen é a mais conhecida no Mundo.
- Kristallweizen- de cor clara e transparente, leve na degustação. Normalmente é filtrada, não tendo adição de levedura directamente na garrafa.
- Dunkelweizen ou Hefeweissbier Dunkel- cerveja de trigo escura, de gosto mais forte. A Erdinger tem sua versão, com rótulo preto.
- Weizenstarkbier ou Weizenbock - cerveja tipo Bock com uma graduação alcoólica entre 5% e 12%. Exemplo é a Aventinus, feita pela G. Schneider & Sohn.
- Weizenstarkbier ou Weizenbock - de graduação alcoólica entre 2 e 4% e de cor amarelada e opaca. Por ser levemente azeda, é comum adicionarem xaropes doces de frutas.
- Witbier (Belgian White) - esbranquiçadas devido às leveduras e ao trigo suspenso (daí o nome). Possui um toque cítrico de laranja, já que a casca da fruta é usada como complemento ao lúpulo. Também tem coentros. A marca mais representativa é a Hoegaarden, além da Unibroue Blanche de Chambly.
- Bière Blanche ou Blanche - apenas o nome em francês para as cervejas de trigo.
- Russ - cerveja de trigo com acréscimo de sumo de limão (Zitronenlimonade), assim como ocorre com a Radler.
STOUT: cervejas negras opacas, dotadas de forte sabor de chocolate, café e malte torrado, baixa fermentação(13). Sua origem remonta à época em que parte da produção das cervejarias inglesas era destinada à Rússia e aos países bálticos. Para suportar a viagem, essas cervejas possuíam – assim como possuem hoje – alto teor alcoólico, variando de 8 a 12%.
Também apresenta diversos subtipos:
- Dry Stout
- Sweet Stout
- Oatmeal Stout
- Foreign Extra Stout
- American Stout
- Russian Imperial Stout
Lambics
A maioria dos especialistas classifica as cervejas do tipo Lambic como uma terceira categoria, em separado das Lager e Ale, por causa do seu tipo de fermentação, que é espontânea. São feitas de trigo, porém não são adicionadas leveduras no mosto, ficando a fermentação a cargo dos agentes naturais, os quais são encontrados somente numa pequena área ao redor de Bruxelas. Daí a dificuldade em encontrá-las, bem como o seu preço elevado. Trata-se de um tipo muito peculiar de cerveja, dotada de uma gama extremamente numerosa de aromas, os quais vão do frutado (como framboesa, cereja ou banana) ao extremamente cítrico (como vinho branco ou vinagre).
É o tipo mais antigo de cerveja feito no Mundo. Subtipos são:
LAMBIC-FRUIT: no processo de fabrico, após a fermentação espontânea ter começado são adicionadas frutas inteiras, como pêssegos, framboesas e cerejas. A fermentação propriamente dita é realizada pelos micro organismos presentes dentro da fábrica. Algumas lendas dão conta que as caves onde são produzidas as Lambic jamais são limpas, a fim de manter o equilíbrio original dos bolores essenciais ao carácter da cerveja que se quer produzir. Após este processo, a cerveja permanece por cerca de três anos maturando em barris de carvalho. Trata-se de uma cerveja cujo teor alcoólico é relativamente baixo (não ultrapassa os 6%), bem como a fermentação, o que faz com que o creme, quando há, não seja denso. As Lambic tradicionais, muito mais ácidas, levam a denominação “Oud” (velha) a fim de diferenciá-las das jovens e comerciais, mais doces e equilibradas.
Neste sub-tipo, estão as conhecidas Kriek (de cereja ácida) e as Framboise (de framboesa).
GUEUZE: trata-se de um “blend” de Lambics novas (1 ano) e antigas (2 a 3 anos), retiradas de vários barris diferentes no processo de fabrico, e que são engarrafadas para uma segunda fermentação. Geralmente, são menos ácidas e mais equilibradas, algumas assemelhadas ao champagne e também se servem em garrafa de 75cl.
FARO:é a Lambic com açúcar. Mais saborosa, leve e sem a acidez característica das outras Lambics, é o tipo mais aceito pelo mercado. Por outro lado, perde em complexidade para os outros tipos de Lambics.
Fonte:DCNBeers
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